Pela minha vida, sem amargura,
Sem suspiro, vai uma dor sombria.
Dos meus sonhos, a florescência pura
É a benção de meu mais tranquilo dia.
Às vezes cruza a trilha que acompanho
A grande questão. Sigo assim, frio,
Pequeno, como à margem de um rio
Do qual não ouso medir o tamanho.
Então me vem um lamento, um torpor
Então me vem um lamento, um torpor
Cinza como, nas noites de verão,
Céus em que raro uma estrela se acende.
Céus em que raro uma estrela se acende.
Minhas mãos tateim por amor,
Porque gostaria de fazer uma oração
Mas ela escapa à minha boca quente...
Franz Kappus
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