Recorda desde a divina matriz o real propósito a que vens AQUI e pelo qual AGORA te manifestas!

Enquanto um diz: Namastê, te saúdo e te reconheço como a sagrada divindade. Em outro lugar, o outro pulsa: In lake´sh, eu sou o outro em você a serviço planetário da compreensão, da aceitação, da cura, da libertação e da realização.

Aquele que tudo vê, nos inspira e responde: "Com visão e esperança danço e canto para o coração divino." Acredito que assim nasce o puro, verdadeiro e divino AMOR, nossa responsabilidade básica.

Aqui e agora é tudo que existe de ETERNO. Respiro e sinto o que simplesmente É e dentro dessa Eternidade, a lembrança IMORTAL: SOMOS UM na Divina Presença.

Seja uno com cada ser-elemento manifesto e a gratidão lhe conecta na fonte de amor e alegria infinita, paz e compaixão infinita, paciência e tolerância infinita.

No espelho do ser, o reflexo D´eus. A união do Todo se traduz num som... OM... AMEM... silêncio!

OM TAT SAT OM...


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Santissima Mae Maria



Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das sessões públicas da Casa de Ismael, na Avenida Passos. Era uma noite de terça-feira do mês de Junho de 1896.

Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava às almas de quantos, encarnados e desencarnados, lhe ouviam a evangélica dissertação sobre uma Lição do Livro da Vida!

Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de ouvintes como os do próprio Orador. Acabada a Sessão, descera Bezerra com passos tardos, ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita Brasileira.

E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se ferira alguém com sua palavra, que lhe perdoassem o descuido, e ia descendo e afagando a todos que o esperavam ávidos dos seus conselhos, dos seus sorrisos, do seu olhar manso e bom.

No sucedâneo da escada, localizou um irmão, de seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e amarrotada. Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali estava um Caso, todo particular, para ele resolver.

Oh! Benditos os que têm olhos no coração! E Bezerra os tinha e os tem!

E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com atenção, o desabafo, o pedido:

- Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril!

Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do bonde...

Tornou-se mais apiedado e apreensivo. Levantou os olhos já molhados de pranto para o alto e, numa Prece muda, pediu Inspiração a Maria Santíssima, seu Anjo Tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o Irmão:

- Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? A Mãe do Divino Mestre, a nossa Mãe Querida?

- Tenho e muita Dr. Bezerra!

- Pois, então, em Seu Santíssimo Nome, receba este abraço.

E abraçou o desesperado Irmão, envolvente e demoradamente.

E, despedindo-se:

-Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a protecção do Anjo da Humanidade. E, em seu lar, faça o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie Nela, no Amor da Rainha do Céu, que seu Caso há de ser resolvido.

Bezerra partira. A caminho do lar, meditava: teria cumprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e doente?

E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço.

Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau já não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda da alma, ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara...

E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de um seu semelhante, chegou ao lar.

Uma semana passara-se.Bezerra não se recordava mais do sucedido. Muitos eram os problemas alheios. Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas da Federação.

Alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe o braço e lhe diz:

-Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma hora. Daqui saí logo sentindo-me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos à Mãe do Céu. Na água que bebemos e demos aos familiares, parece, continha alimento.

Pois dormimos todos bem. No dia seguinte, estávamos sem febre e como que alimentados... E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta, que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu meu problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro!

O ambiente era tocante!

Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhecido. E uma Prece muda, de dois corações unidos, numa mesma força gratulatória, subiu aos Céus, louvando Aquela que é, em verdade, a Porta de nossas Esperanças, a Mãe Sublime de todas as Mães, a Advogada querida de todas as Nossas Causas!

Louvado seja o Nome de Maria Santíssima! E abençoado seja o nome de quem, em Seu Nome, num abraço, fez maravilhas, a verdadeira Caridade Desconhecida!”

* * *

[retirado de ‘Lindos casos de Bezerra de Menezes’, Ramiro Gama, Editora Lake. São Paulo - Brasil]

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