Recorda desde a divina matriz o real propósito a que vens AQUI e pelo qual AGORA te manifestas!

Enquanto um diz: Namastê, te saúdo e te reconheço como a sagrada divindade. Em outro lugar, o outro pulsa: In lake´sh, eu sou o outro em você a serviço planetário da compreensão, da aceitação, da cura, da libertação e da realização.

Aquele que tudo vê, nos inspira e responde: "Com visão e esperança danço e canto para o coração divino." Acredito que assim nasce o puro, verdadeiro e divino AMOR, nossa responsabilidade básica.

Aqui e agora é tudo que existe de ETERNO. Respiro e sinto o que simplesmente É e dentro dessa Eternidade, a lembrança IMORTAL: SOMOS UM na Divina Presença.

Seja uno com cada ser-elemento manifesto e a gratidão lhe conecta na fonte de amor e alegria infinita, paz e compaixão infinita, paciência e tolerância infinita.

No espelho do ser, o reflexo D´eus. A união do Todo se traduz num som... OM... AMEM... silêncio!

OM TAT SAT OM...


quinta-feira, 31 de março de 2011

Real felicidade das relações amorosas


"A Verdade Absoluta é não-dual (advaya), todos os transcendentalistas estão na mesma plataforma, contudo, de um ponto de vista analítico ou objectivo, existem graus de realização. Como foi dito anteriormente, Krsna é sac-cid-ananda-vigraha. Sat significa “eterno”, cit quer dizer “consciente,” e ananda significa “bem-aventurado.”

Os jñanis que alcançam o Brahman impessoal realizam somente o aspecto sat, existência eterna. Os yogis que realizam Paramatma têm percepção de sat (eternidade) e cit (conhecimento), porque se apercebem da individualidade do Senhor no coração. E os bhaktas têm uma realização completa de sat, cit e ananda (eternidade, conhecimento e bem-aventurança), porque a verdadeira felicidade emana das relações amorosas.

Apesar de se poder dizer que existe alguma bem-aventurança no Brahman impessoal, quando comparada com a felicidade extática do serviço amoroso a Krsna, é insignificante. Existem muitas afirmações no sastra, as escrituras védicas, corroborando que a felicidade experimentada em relação com Krsna é tal e qual um oceano e que, comparativamente, a felicidade de submergir (ou tentar submergir) no Brahman impessoal é como uma poça de água."

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Aula dada por Giriraj Swami 2 de Setembro de 2007

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tvat-saksat-karanahlada-

visuddhabdhi-sthitasya me

sukhani gospadayante

brahmany api jagad-guro

“Meu querido Senhor, Ó mestre do universo, desde que Vos vi directamente, a minha bem-aventurança transcendental tomou a forma de um grande oceano. Estando situado nesse oceano, agora realizo que todas as outras assim chamadas felicidades, como o prazer derivado do Brahman impessoal, são tal como a água contida na pegada de um bezerro.”

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Hari-bhakti-sudhodaya 14.36








quarta-feira, 30 de março de 2011

Como Observar Ekadasi


Extraído do livro Ekadasi, o dia do Senhor Hari – Por SS Krishna Balarama Swami.

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Jejum significa geralmente se abster completamente tanto de alimento sólidos quanto de alimentos líquidos, embora água, acamana e caranamrita (somente três gotas) possam ser tomadas. Se a pessoa acha isso impossível, então ela deve comer uma refeição simples e sem cereais e leguminosas uma só vez durante à tarde. Esta refeição – chamada nakta ou ceia – deve consistir de raízes crescidas sob o solo (amendoim sim, beterraba não), frutas, água, leite e seus derivados, frutas secas, açúcar e vegetais (exceto cogumelos).

A pessoa deve tentar não beber água mais de uma vez ou comer mais de uma refeição no Ekadasi. Como o Senhor Krishna diz a Arjuna no primeiro capitulo deste livro (Ekadasi, o dia do Senhor Hari.), todo mérito é concedido para a pessoa que jejua completamente no Ekadasi, enquanto aquele que toma somente uma ceia obtém a metade deste mérito. É claro que para todos devotos no movimento para consciência de Krishna, pregação é o dever mais importante, e se o jejum completo no Ekadasi impede este dever, ele não deve ser respeitado. Mas se o devoto puder seguir todas as regras de jejum e mesmo assim encarar todas suas responsabilidades, ele deve por todos os meios fazê-lo.

Em todo caso, a pessoa deve evitar estritamente de comer cereal ou leguminosa no Ekadasi. Deve também evitar dormir durante o dia; massagear-se com óleo; sexo; mascar nozes de betel; tocar em uma mulher menstruada, um candala, um alcoólatra, e pessoas espiritualmente caídas; barbear-se; e comer em utensílios feitos de liga cobre e zinco.

Se a pessoa decidir por comer no Ekadasi, além de evitar comer cereais, feijões e leguminosas (vagem e similares, o gergelim é permitido no Sat-tila Ekadasi), ela deve evitar o seguinte: espinafre, mel, berinjela, beterraba, comer na casa de outrem, assafétida, qualquer tempero em pó e sal marinho (sal de rocha é permitido). Somente aqueles que estão doentes podem consumir ervas medicinal neste dia sagrado.

Para começar o jejum, o devoto deve primeiramente determinar com firmeza qual dos quatro tipos de jejum recomendados pelas escrituras, ele irá seguir fielmente. Este voto é feito no dia do Utpanna Ekadasi se possível em frente das deidades:

1- Observar jejum até o meio-dia, fazer uma refeição sem cereais e feijões e observar jejum até o dia seguinte.

2- O mesmo que acima, mas observando jejum até as 16 horas.

3- Jejum completo até o dia seguinte.

4-O mesmo que acima, e permanecendo acordada a noite toda cantando os santos nomes (japa, bhajana, kirtana).

Pessoas que não devem fazer jejum completo no Ekadasi: pessoas com problemas de fígado, coração, pulmão, estômago e rins; pessoas insanas ou muito perturbadas (preocupadas); crianças (até os cinco anos), idosas e grávidas. Todos devem, porém, observar o jejum de cereais e feijões.

O devoto desejoso em seguir o Ekadasi-vrata (voto), deve procurar outro devoto brahmana conhecedor do assunto e aprender diretamente dele sobre o processo de observar o jejum no Ekadasi. Aquele que é totalmente incapaz de jejuar devido a uma séria doença ou por velhice, deve procurar uma alma altamente elevada ou algum templo fidedigno e dar alguma caridade no Ekadasi.

Para os Vaishnavas, entretanto, esta injunção de dar caridade no Ekadasi significa que neste dia eles devem fazer esforço extra para espalhar a consciência de Krishna, o maior tesouro. Esta é a verdadeira caridade.

Outra prática importante é ouvir e ler sobre cada Ekadasi no dia que ele ocorre. O Senhor Krishna pessoalmente recomenda esta prática por que isto ajuda a pessoa a obter o resultado do jejum. Se por acaso a pessoa esquece de respeitar o Ekadasi no dia apropriado, ela pode respeitá-lo no dia seguinte, Dvadasi, e então quebrar o seu jejum no trayodasi, um dia após. Como se diz nas escrituras Védicas:

“Se alguém que deseje sinceramente alcançar a morada da Suprema Personalidade de Deus se esquece de respeitar o Ekadasi, deverá observá-lo no Dvadasi, porque Ekadasi alonga-se para o dia seguinte”.

Lembrando que o devoto deve estar atento para não esquecer o dia sagrado do Senhor Hari e seu voto, pois fazer uso da injunção acima continuamente significa relaxamento. O devoto deve observar o jejum de Ekadasi com grande devoção por Krishna e não por motivos materias.

Durante qualquer Ekadasi o devoto deve meditar constantemente na Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Sri Krishna, dando importância a Suas porções plenárias. A pessoa também pode meditar nos aparecimentos do Senhor na Suas formas autorizadas de Deidades, a qual existe em oito variedades: pedra, madeira, metal, terra, pintura, areia, na mente e jóias.

Se o Ekadasi estiver astronomicamente combinado com o Dvadasi, o décimo segundo dia, ele é chamado de Ekadasi puro (suddha) ou Maha-dvadasi, e então deve ser observado. Após observar cuidadosamente o jejum do Ekadasi, seguindo as regras e regulações, a pessoa deve romper seu jejum de acordo com o horário determinado e calculado para a cidade onde ela se encontra (consultar o site www.calendario.iskcon.com.br ou o livreto Calendário Vaishnava, o mais completo para quem quer ter as mãos datas e horários de quebra). De acordo com as escrituras, qualquer pessoa com mais de cinco anos de idade deve observar o jejum de Ekadasi.

Também, todos Acaryas (professores) recomendam que todos os membros das quatro ordens sociais e espirituais observem o Ekadasi fiel e estritamente para obter à morada Suprema de Sri Krishna. Entretanto, há uma instrução para a mulher casada: “A mulher cujo marido está vivo deve pedir permissão para observar jejuns. Se ela negligenciar em fazê-lo, ela reduz a duração de vida de seu marido e mando-o para o inferno.” A mulher casada deve, portanto obter a permissão do marido para jejuar no Ekadasi.

No Dvadasi, o devoto deve primeiramente limpar seu corpo por banhar-se e o seu coração pelo cantar do maha-mantra. Então, de acordo com suas possibilidades e observando tempo circunstância e lugar, ele deve preparar alimentos suntuosos ou variedades de frutas (mínimos três tipos), leite e seus derivados, para o prazer do Senhor e oferecer a Ele com grande devoção e orações sinceras. Após distribuir o alimento a outros devotos e aos Brahmanas, ele pode romper seu jejum e desfrutar do banquete.

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Tradução: Ananya Bhak Dasa (Zuza Lee),Correção : Apsarini Devi Dasi (Paula Burlamaqui)

terça-feira, 29 de março de 2011

O aparecimento de Sri Ekadasi



O Ekadasi é o décimo primeiro dia lunar (Tithi) das quinzenas brilhante (shukla paksha) ou escura (krishna paksha) de cada mês lunar do Calendário Védico (também chamado Panchang), isto é, o 11o dia após a lua cheia e 11o dia após a lua nova. Nestes dias se observa jejum de grãos, ou seja, feijões e cereais.

Esse jejum pode ser praticado de diversos modos e com variados propósitos, mas a essência é comer com simplicidade, ou não comer, ingerindo apenas água ou água de côco ou ainda com uma monodieta de alguma fruta.

O objetivo real é que se possa gastar tanto tempo quanto possível em atividades espirituais.

Para aqueles interessados em como fazer o jejum de Ekadasi na prática. Informações específicas quanto à origem e propósito do Ekadasi, bem como histórias, exemplos e resultados de se seguir esse jejum, podem ser encontradas na literatura vaishnava.

Entre no site para saber mais sobre ekadasi http://harekrishna.org.br/modules/mastop_publish/?tac=67




Certa vez, o grande sábio Jaimini, disse ao seu mestre espiritual:

-Ó Gurudeva! Anteriormente por sua misericórdia, o senhor descreveu para mim a história das glórias do rio Ganges, os benefícios da adoração a Sri Vishnu, a doação de grãos em caridade, a doação de água em caridade, a magnanimidade de se aceitar a água que foi usada para lavar os pés dos brahmanas. Ó melhor dos sábios, Sri Gurudeva, agora com grande entusiasmo, desejo ouvir sobre os benefícios de se jejuar no Ekadasi e do aparecimento de Sri Ekadasi.

Ó Gurudeva, Quando Ekadasi nasceu e de quem ele apareceu? Quais as regras de jejuar no dia de Ekadasi? Por favor, descreva os benefícios de se seguir este voto e quando ele deve ser seguido. Quem é a maior deidade adorável de Sri Ekadasi? Quais são os erros de não se seguir Ekadasi corretamente? Por favor, deposite sua misericórdia sobre mim e me diga sobre estes assuntos, pois o senhor é a única personalidade capaz de fazê-lo.

Srila Vyasadeva ouvindo estas perguntas de seu discípulo Jaimini, situou-se em transe transcendental e respondeu:

-Ó brahmana sábio Jaimini, Os resultados de se seguir Ekadasi podem ser perfeitamente descritos pelo Senhor Supremo, Narayana, pois Sri Narayana é a única personalidade capaz de descrevê-los na sua totalidade. Mas eu darei uma breve descrição em resposta a sua indagação.

No começo da criação material, o Senhor Supremo criou as entidades vivas móveis e imóveis, dentro deste mundo feito de cinco elementos grosseiros. Simultaneamente para o propósito de ensinar os seres humanos, Ele criou a personalidade cuja forma foi à incorporação do pecado (Papa-purusha).

Os diferentes membros desta personalidade foram construídos de várias atividades pecaminosas: sua cabeça foi feita do pecado de assassinar um brahmana (sacerdote); seus olhos tiveram a forma do pecado de tomar tóxico; sua boca foi feita do pecado de ter relação ilícita com a esposa do mestre espiritual; seu nariz do pecado de matar sua própria esposa; seus braços a forma do pecado de matar uma vaca; seu pescoço feito de pecado de roubar a riqueza acumulada de outrem; seu peito do pecado do aborto; seu baixo tórax do pecado de ter sexo com a mulher de outro; seu estômago do pecado de matar seus parentes; seu umbigo do pecado de matar aqueles que são seus dependentes; seu pulso do pecado da auto-apreciação; suas coxas do pecado de ofender o guru; sua genitália do pecado de vender sua filha; suas nádegas do pecado de contar assuntos confidenciais; seus pés do pecado de matar seus pais e seu cabelo das formas das menos severas atividades pecaminosas.

Desse modo uma personalidade horrível incorporando todas as atividades pecaminosas e vício foi criado. A cor de seu corpo é preta, seus olhos são amarelos. Ele impõe extrema misericórdia pelas pessoas pecadoras.

A Suprema personalidade de Deus, o Senhor Vishnu, vendo esta personalidade do pecado, começou a pensar o seguinte:

-Eu sou o criador das misérias e da felicidade das entidades vivas. Eu sou seu mestre porque criei esta personalidade do pecado; que é quem dá sofrimento para todas as pessoas desonestas, trapaceiras e pecadoras. Agora Eu devo criar alguém que controlará esta personalidade. Nesta época, Sri Bhagavam criou a personalidade de Yamaraja, o Senhor da Morte, e os diferentes sistemas planetários infernais. Aquelas entidades vivas que são pecaminosas serão enviadas depois da morte para o reino de Yamaraja que por sua vez, de acordo com seus pecados, as envirá para a região infernal apropriada para sofrerem.

Depois de ter sido feito ajuste, o Senhor Supremo, que é quem dá a desgraça ou felicidade às entidades vivas conforme seu merecimento das ações, foi à morada de Yamaraja, com ajuda de Garuda (pássaro mítico, a águia), o rei dos pássaros.

Quando Yamaraja viu que o Senhor Vishnu tinha chegado, ele imediatamente lavou os pés Dele e fez uma oferenda cerimonial a Ele, então fê-lo sentar num trono dourado. O Senhor Supremo, Sri Vishnu, ficou sentado no trono dourado de onde Ele escutou uns sons de choro muito alto vindo da direção sul. Ele surpreendeu-se com isto e perguntou a Yamaraja:

-De onde este choro alto está vindo?

Yamaraja em resposta disse:

-Ó Deva! As diferentes entidades vivas dos sistemas planetários da terra caíram nas regiões infernais, elas estão sofrendo extremamente por suas ações erradas. O horrível choro é por causa do sofrimento das reações de suas más ações do passado.

Depois de escutar isto o Senhor Supremo, Sri Vishnu, foi à região infernal do sul, quando os habitantes viram quem tinha chegado, eles começaram a chorar mais alto ainda. O coração do Senhor Supremo, Sri Vishnu, tornou-se cheio de compaixão. O Senhor Vishnu pensou: Eu criei toda esta progênie e é por minha causa que eles estão sofrendo.

Srila Vyasadeva continuou:

-Ó Jaimini! Apenas ouça o que o Senhor Supremo fez em seguida: depois Dele ter refletido sobre o que previamente considerou, Ele imediatamente manifestou de sua própria forma a deidade do dia lunar de Ekadasi. Em seguida as diferentes entidades vivas pecadoras, começaram a seguir os votos de Ekadasi e foram então elevadas rapidamente para a morada Vaikunta (Morada Suprema, é planeta da Suprema Personalidade de Deus para onde se elevam os devotos de Sri Vishnu).

Ó minha criança Jaimini, então o dia lunar de Ekadasi é a mesma forma do Senhor Supremo, Vishnu, que é a Superalma do coração das entidades vivas. Sri Ekadasi é a ultima atividade e está situada como a cabeça entre todos os votos.

Seguindo a ascensão de Sri Ekadasi, aquela personalidade que é a forma da atividade pecaminosa, gradualmente viu a influência que ela tinha. Ele aproximou-se do Senhor Vishnu, com dúvidas em seu coração e começou a oferecer muitas preces, com as quais o Senhor Vishnu ficou muito satisfeito e disse:

-Eu tornei-me muito satisfeito com suas lindas preces. Qual é a dádiva que você quer?

O Papapurusha respondeu:

-Eu sou Sua progênie criadora, e é através de mim que Você quis o sofrimento dado às entidades vivas que são muito pecaminosas. Mas agora, pela influência de Sri Ekadasi eu tornei-me destruído. Ó Prabhu, depois da minha morte, todas as suas partes e parcelas que aceitaram corpos materiais, tornar-se-ão liberadas e assim retornarão à morada Vaikunta. Se essa liberação de todas as entidades vivas acontecer, então quem continuará Suas atividades? Não haverá ninguém para desempenhar os passatempos nos sistemas planetários da terra.

Ó Kesava, se Você quer que estes passatempos eternos continuem, então, por favor, salve-me do temor de Ekadasi. Nenhum tipo de atividade piedosa pode atar-me, mas apenas Ekadasi, sendo sua forma manifesta pode impedir-me. Fora o temor de Sri Ekadasi eu escapei e defende-me dos homens; animais; insetos; montanhas; árvores; entidades vivas móveis e imóveis; rios; oceanos; florestas; sistemas planetários celestiais, terrestres, infernais; semideuses e os gandharvas (músicos celestiais)'.

Eu não posso encontrar um lugar onde possa estar livre do temor a Sri Ekadasi. Ó meu mestre, Eu sou um produto de sua criação, portanto muito misericordiosamente indique-me um lugar onde eu possa morar sem medo.

Srila Vyasadeva disse a Jaimini:

-Depois de dizer isso, a incorporação das atividades pecaminosas (Papapurusha) caiu aos pés do Senhor Supremo, Sri Vishnu, que é o destruidor de todas as misérias e começou a chorar.

Depois disso o Senhor Vishnu, observando a condição de Papapurusha, com riso, começou a falar assim:

-Ó Papapurusha, levante-se! Não se lamente mais. Apenas ouça e Eu lhe direi onde você poderá ficar no dia lunar de Ekadasi. No dia de Ekadasi, que é o benfeitor dos três sistemas planetários, você poderá tomar conta (se ocultar) de víveres em forma de grãos. Não há razão preocupar-se mais sobre isto, porque Minha forma como Ekadasi não o impedirá mais. Depois de dar a direção ao Papapurusha o Senhor Supremo desapareceu, e o Papapurusha voltou a executar suas próprias atividades.

Conseqüentemente, aquelas pessoas que são sérias sobre o benefício último para a alma, nunca comerão grãos em Ekadasi. De acordo com as instruções do Senhor Vishnu, todos os tipos de atividades pecaminosas que podem ser encontradas no mundo material tomam sua residência na forma de grãos alimentícios.

Quem seguir Ekadasi, está liberto de todos os pecados e nunca entrará nas regiões infernais. Mas se a pessoa não seguir Ekadasi por causa da ilusão, ela é considerada a pior pecadora. Por cada bocado de grãos que é comido em Ekadasi por um residente da região terrestre, recebe-se a reação de assassinar milhões de brahmanas! É definitivamente necessário que se deixe de comer grãos em Ekadasi. Eu digo de novo mui fortemente:

-Em Ekadasi não comei grãos! Seja a pessoa um ksatrya, vaishya, sudra ou de qualquer família, ele deve seguir o dia lunar de Ekadasi. Disso a perfeição de varna e ashama será atingida. Especialmente, até mesmo se por trapaça, uma pessoa seguir o voto de Ekadasi, todos os seus pecados serão destruídos e ela facilmente atingirá a meta suprema, a morada Vaikunta.

* * *
Padma Purana, capítulo 14, seção kriya-sagara-sara.

domingo, 27 de março de 2011

Personificação da Alma, Psiquê x Eros, o amor

"O ser amado dentro de ti,
é o mesmo dentro de mim.

A árvore se esconde dentro da semente.
Deixe para traz a arrogância,
nenhum de nós está além do outro.

No amor existe mais poder
do que podemos imaginar."
Kabir

 

Tudo começou com um questionamento sobre o amor, esta energia primeva que nos move e inspira: http://pt.wikipedia.org/wiki/Amor

E assim acabei por cair na pesquisa sobre este mito simbólico que muito desvela as tramas pela qual nos emaranhamos pela busca deste amor com a alma: http://www.imagick.org.br/pagmag/pardal/mitoeros.html

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Os deuses da mitologia grega costumam ter dois nomes, um grego e outro romano. Assim, Eros é o nome grego do Cupido e sua tradução para o português é Amor. Palavras com erótico e erotismo vem daí. Afrodite e Vênus também são a mesma deusa. Psiquê só tem esse nome que, em grego, significa alma. Psíquico, psiquiatria e psicologia nasceram dessa raiz. O mito de Eros e Psiquê é a história da ligação entre o amor e a alma. Volúpia, a filha de Psiquê e Eros, é a persofinicação do prazer em todas as suas formas.

Psiquê (em grego: Ψυχή, Psychē) é uma personagem da mitologia grega, personificação da alma. Psique era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.

Seu mito é narrado no livro O Asno de Ouro de Apuleio, que a cita como uma bela mortal por quem Eros, o deus do amor, se apaixonou. Tão bela que despertou a fúria de Afrodite, deusa da beleza e do amor, mãe de Eros - pois os homens deixavam de frequentar seus templos para adorar uma simples mortal.

Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente. A deusa mandou seu filho atingir Psiquê com suas flechas. Mas, ao contrário do esperado, Eros acaba se apaixonando pela moça - acredita-se que tenha sido espetado acidentalmente por uma de suas próprias setas.

O pai de Psique, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram maridos e, no entanto, Psique permanecia sozinha. Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada por seu pesarosos parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psique foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale.

Quando acordou, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Notou que lá deveria ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz.

Chegando a escuridão, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa a acalmou. Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante misterioso, ela se entregou. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém essa mesma cena se repetiu por diversas noites.

Os dias se passavam, e ela não se entediava, tantos prazeres tinha: acreditava estar casada com um monstro, pois Eros não lhe aparecia e, quando estavam juntos, ficava invisível. Ele não podia revelar sua identidade pois, assim, sua mãe descobriria que não cumprira suas ordens - e apesar disto, Psiquê amava o esposo, que a fizera prometer-lhe jamais tentaria descobrir seu rosto.

Passado um tempo, a bela jovem sentiu saudade de suas irmãs e, implorando ao marido que permitisse que elas fossem trazidas a seu encontro. Eros resistiu e, ante sua insistência, advertiu-a para a alma invejosa das mulheres.

Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não responder aos seus chamados. Psique sentindo-se solitária em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade.

Quando suas irmãs entraram no castelo e viram aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psique nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos comentários de suas irmãs.

Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela conseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se ela falhasse, ele seria mortal.

Ao receber novamente suas irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso.

Assustada com o que suas irmãs disseram, escondeu uma faca e uma lâmpada próximo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a suas irmãs.

A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psique tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.

Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. A jovem, espantada e admirada com a beleza de seu marido, desastradamente deixa pingar uma gota de azeite quente sobre o ombro direito dele. Eros acorda - o lugar onde caiu o óleo fervente de imediato se transforma numa chaga: o Amor está ferido.


Eros, acorda e olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto, dizendo:

- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita."

Percebendo que fora traído, Eros enlouquece, e foge, gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança!

Psiquê fica sozinha, e desesperada com seu erro, no imenso palácio. Precisa reconquistar o Amor perdido. Eros voa pela janela e Psiquê tenta segui-lo, cai da janela e fica desmaiada no chão.

Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima da casa de seus pais. Psique ficou inconsolável. Tentou suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.

Por sua vez, quando suas irmãs souberam do acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro, morrendo.

Psique, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, saiu a sua procura por todos os lugares da terra. Psiquê caminha noite e dia, sem repouso nem alimentação. Avista um belo templo no cume de uma montanha e acreditando encontrar seu amor escalou a montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa em seu lugar.

O templo pertencia a deusa Ceres (Deméter), grata pelo favor da bela moça lhe diz o que fazer para reconquistar o marido. Primeiro ela precisaria conseguir o perdão da sogra.

- "Ó Psique, embora não possa livrá-la da ira de Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que ela, como deusa, merece."

Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar sua morte.

Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psique ficou assustada diante de tanto trabalho, porém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das qualidades de grão.

Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psique estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada.

Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os perigos que Psique enfrentou, estava um dragão que guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água.

Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma última, porém fatal, tarefa. Psique deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma caixa. Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo. A torre porém murmurou instruções de como entrar em uma particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a:

- "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais."

Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se apossou.

Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a. Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa.

Enquanto isso, Eros (Cupido, Amor) foi ao encontro de Zeus (Júpiter) e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite (Vênus) ratificasse o seu casamento com Psique. Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes (Mercúrio) conduzisse a jovem à assembléia celestial dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia, tornando-se imortal. Então com toda a cerimônia, Eros casou-se com Psique, e no devido tempo nasceu sua filha, chamada Voluptas (Volúpia ou Prazer).

Eros e Psiquê, ou seja, o Amor e a Alma, permaneceram juntos por toda a eternidade.


* * *
Em grego "psiquê" significa tanto "borboleta" como "alma". Uma alegoria a imortalidade da alma, como a borboleta que depois de uma vida rastejante como lagarta, flutua na brisa do dia e torna-se um belo aspecto da primavera. É considerada a alma humana purificada pelos sofrimentos e preparada para gozar a pura e verdadeira felicidade.


Uma linda história de nossa prórpia busca pela alma e o amor supremo, divino e puro!

* * *

Tenho também um artigo que relata mais especificamente o significado de cada simbolo, se te interessar, me escreva!

OM

sábado, 26 de março de 2011

Toda felicidade está em Deus




"Se você pensa que pode viver feliz esquecendo-se de Deus, está enganado, pois chorará na solidão, vezes sem conta, até compreender que Deus é tudo em tudo - a única realidade no Universo. Você foi feito à Sua imagem. Jamais encontrará felicidade duradoura em coisa alguma, porque nada é completo, exceto Deus."

Paramahansa Yogananda, Onde Existe Luz



sexta-feira, 25 de março de 2011

Amizade



Marcos Lara Rezende:

“Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Louco que senta e espera a chegada da lua cheia.

Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Pena, não tenho nem de mim mesmo, e risada, só ofereço ao acaso.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.”


terça-feira, 22 de março de 2011

Observando


"O chamado penetra
silenciosamente a consciência.
É tempo de partir."

* * *


Mensagem de Paramahansa Hariharananda:


Seja firme.

Mantenha seu cérebro livre, oferecendo tudo a Deus e ao mestre.

Neste mundo existem muitas pessoas mais pobres do que você, então esteja feliz com seu próprio pão.

Sempre sinta que raio de sol e sol são um.

* * *

Reflexão:

" É necessário disponibilidade para ir além, muito além do que se pode. O Possível é obra de mãos entediadas. É preciso cultivar raízes como as árvores sagradas que rompem rochas para buscar a água que lhes dá a vida.

Essa é a energia necessária para o novo tempo. Tende-a clara em teus dias. Haverá períodos turvos. É preciso que saibas onde encontrar a luz das estrelas e por ela guiar-te.

Estarei, como sempre estive, ao teu lado. Estarei, como sempre estive, junto ao redidmido e ao perdido. Uma semente sempre fica em cada um. Quando o momento for propício, a terra estará pronta a acolher sua germinação.

Por isso, os que subsistiram não olham para trás.

Miram o oceano. Contemplam suas ondas. Deixam que a água lhes banhe os pés. Aguardam a hora de mergulhar nas profundezas, aguardam o silêncio da união que os arrebatará."

Do livro "Profecias aos que não temem dizer sim", de Trigueirinho

* * *
Oração

Senhor,
Torna-Te o Mestre soberano de nossas vidas e dissipa todas as obscuridades que possam impedir-nos de Te ver e comungar constantemente Contigo.

Liberta-nos de toda ignorância, liberta-nos de nós mesmos para que possamos abrir as portas de Tua gloriosa manifestação.

Senhor, permite que cada vez mais estejamos perfeitamente despertos para a consciência de Tua constante Presença a fim de que todos os nossos atos sejam conforme Tua lei e que não haja nenhuma diferença entre a nossa vontade e a Tua vontade."

* * *

Em União...

Contra o verdadeiro inimigo

"El fruto del silencio es la oración.
El fruto de la oración es la fe.
El fruto de la fe es el amor.
El fruto del amor es el servicio.
El fruto del servicio es la paz."
Madre Teresa de Calcuta
 

segunda-feira, 14 de março de 2011

Poemas de Kabir

"A vida é mais simples
do que a gente pensa;
basta aceitar o impossível,
dispensar o indispensável
e suportar o intolerável."
Kathleen Norris


ESTA secreta palavra, poderei pronunciá-la alguma vez? Como poderei dizer Ele não é desta maneira ou assemelhá-lo seja ao que for? Se digo que ele está dentro de mim, o universo inteiro se envergonhará. Se digo que Ele está fora de mim é falsidade.

Ele faz com que o mundo interior e o exterior sejam indivisível Unidade. O consciente e o inconsciente: sobre ambos.

* * *

Ele repousa os pés. Ele não é manifesto nem oculto: não é revelado, tampouco deixaria de revelar-Se. Não existem palavras para dizer o que Ele é.

* * *

Dou risada quando escuto que o peixe na água está com sede. Você não percebe o fato de que a coisa que está mais viva de todas está dentro de sua própria casa; e assim você caminha de um lugar sagrado para outro com um olhar confuso!

Kabir vai lhe contar a verdade: vai onde quer que você queira, para Calcutá ou para o Tibete; se você não puder encontrar aonde sua alma está escondida, para você o mundo nunca será real!

Ó amigo, eu lhe amo, pense sobre isso cuidadosamente!

Se você está apaixonado, então por que está adormecido? Se você O encontrou, dê a si mesmo para Ele, tome-O para si. Por que é que repetidamente você O perde de vista ?

Se de qualquer forma você está quase para cair num sono pesado, por que perder tempo amaciando a cama e arrumando os travesseiros?

Kabir vai lhe contar a verdade: é assim que o amor se parece: suponha que você tivesse que cortar a sua cabeça e dá-la para alguém, que diferença isso faria?

* * *

Você sabe que a semente está dentro da castanheira e dentro da semente estão as flores, as castanhas, e a sombra da árvore.

Desse modo, dentro do corpo humano existe a semente e dentro da semente existe um corpo humano novamente.

Fogo, ar, terra, água e espaço – se você não quer o secreto, você não pode ter esses também.

Pensadores, escutem, digam-me o que vocês sabem daquilo que não está dentro da alma! Pegue um jarro cheio de água e coloque-o dentro da água - agora ela tem água dentro e água fora.

Não devemos dar nome a isso, para que as pessoas tolas não comecem a falar novamente sobre o corpo e a alma.

* * *
Se você quer a verdade, direi-lhe a verdade: Escute o som secreto, o som real, que está dentro de você.

Aquele a respeito do qual ninguém fala, diz o som secreto para Si mesmo e foi Ele quem fez tudo isso.

* * *
Converso com meu amante interior e digo: por que tanta pressa? Sentimos que há algum tipo de espírito que ama os pássaros, os animais e as formigas - talvez o mesmo que deu uma radiância a você no útero de sua mãe.

É lógico você estar andando completamente órfão agora? A verdade é que você afastou-se de si mesmo, e decidiu ir para o escuro sozinho. Agora está enroscado e esqueceu o que um dia você soube, e é por isso que tudo o que você faz tem em si uma estranha falha.

* * *

Amigo, espere pelo Convidado enquanto você está vivo. Mergulhe na experiência enquanto você está vivo! Pense … e pense … enquanto você está vivo.

O que você chama de “salvação” pertence ao tempo antes da morte. Se você não romper as cordas enquanto estiver vivo, está pensando que fantasmas vão fazer isso depois? A idéia de que a alma irá se unir aos extáticos apenas pelo corpo estar apodrecido é fantasia total.

O que se encontra agora é encontrado depois. Se não encontra nada agora, você simplesmente terminará num apartamento na cidade da morte. Se fizer amor com o divino agora, na próxima vida você terá a face do desejo saciado.

* * *

Gracias...

domingo, 13 de março de 2011

VIDA

"É melhor tentar e falhar
que preocupar-se e ver a vida passar.

É melhor tentar, ainda que em vão,
que sentar-se fazendo nada até o final.

Eu prefiro na chuva caminhar
que em dias tristes me esconder.
Prefiro ser feliz embora louco,
que em conformidade viver."
Martin Luther King



O coração da Mãe Terra bate em meu peito, ouço sua voz.

A fonte da totalidade da vida me fortalece,

me põe a seviço da evolução e da preservação

Minha família é toda a humanidade

e os animais são meus irmãos.

* * *

OM SHANTI SHANTI SHANTI SHANTIHÍ
Paz no corpo - Paz na mente - Paz no espírito - Paz Absoluta

Ommm

sábado, 12 de março de 2011

Se um cachorro fosse professor!

"Viver é sempre dizer aos outros
que eles são importantes,
Que nós os amamos,
porque um dia eles se vão
e ficamos com a nítida impressão
de que não os amamos o suficiente."
Chico Xavier

 

 
Se um cachorro fosse professor, você aprenderia coisas assim:

  • Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
  • Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
  • Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
  • Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
  • Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
  • Corra, pule e brinque todos os dias.
  • Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
  • Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
  • Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite debaixo da sombra de uma árvore.
  • Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
  • Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...volte e faça as pazes novamente.
  • Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
  • Se alimente com gosto e entusiasmo.
  • Coma só o suficiente.
  • Seja leal.
  • Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo....
 
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.

* * *
  
Texto de Ramiro Ros

A importância de fechar a boca e abrir os braços


Uma amiga ligou com notícias perturbadoras: a filha solteira estava grávida.

Relatou a cena terrível ocorrida no momento em que a filha finalmente contou a ela e ao marido sobre a gravidez.

Houve acusações e recriminações, variações sobre o tema "Como pôde fazer isso conosco?" Meu coração doeu por todos: pelos pais que se sentiam traídos e pela filha que se envolveu numa situação complicada como aquela.

Será que eu poderia ajudar, servir de ponte entre as duas partes?

Fiquei tão arrasada com a situação que fiz o que faço – com alguma frequência – quando não consigo pensar com clareza: liguei para minha mãe. Ela me lembrou de algo que sempre a ouvi dizer. Imediatamente, escrevi um bilhete para minha amiga, compartilhando o conselho de minha mãe: "Quando uma criança está em apuros, feche a boca e abra os braços."

Tentei seguir o mesmo conselho na criação de meus filhos. Tendo tido cinco em seis anos, é claro que nem sempre conseguia.

Tenho uma boca enorme e uma paciência minúscula.

Lembro-me de quando Kim, a mais velha, estava com quatro anos e derrubou o abajur de seu quarto. Depois de me certificar de que não estava machucada, me lancei numa invectiva sobre aquele abajur ser uma antiguidade, sobre estar em nossa família há três gerações, sobre ela precisar ter mais cuidado e como foi que aquilo tinha acontecido – e só então percebi o pavor estampado em seu rosto. Os olhos estavam arregalados, o lábio tremia.

Então me lembrei das palavras de minha mãe. Parei no meio da frase e abri os braços. Kim correu para eles dizendo: – Desculpa... Desculpa – repetia, entre soluços. Nos sentamos em sua cama, abraçadas, nos embalando. Eu me sentia péssima por tê-la assustado e por fazê-la crer, até mesmo por um segundo, que aquele abajur era mais valioso para mim do que ela.

– Eu também sinto muito, Kim – disse quando ela se acalmou o bastante para conseguir me ouvir. Gente é mais importante do que abajures. Ainda bem que você não se cortou. Felizmente, ela me perdoou.

O incidente do abajur não deixou marcas perenes. Mas o episódio me ensinou que é melhor segurar a língua do que tentar voltar atrás após um momento de fúria, medo, desapontamento ou frustração.

Quando meus filhos eram adolescentes – todos os cinco ao mesmo tempo – me deram inúmeros outros motivos para colocar a sabedoria de minha mãe em prática: problemas com amigos, o desejo de ser popular, não ter par para ir ao baile da escola, multas de trânsito, experimentos de ciência malsucedidos e ficar em recuperação.

Confesso, sem pudores, que seguir o conselho de minha mãe não era a primeira coisa que me passava pela mente quando um professor ou diretor telefonava da escola. Depois de ir buscar o infrator da vez, a conversa do carro era, por vezes, ruidosa e unilateral. Entretanto, nas ocasiões em que me lembrava da técnica de mamãe, eu não precisava voltar atrás no meu mordaz sarcasmo, me desculpar por suposições errôneas ou suspender castigos muito pouco razoáveis. É impressionante como a gente acaba sabendo muito mais da história e da motivação atrás dela, quando está abraçando uma criança, mesmo uma criança num corpo adulto.

Quando eu segurava a língua, acabava ouvindo meus filhos falarem de seus medos, de sua raiva, de culpas e arrependimentos. Não ficavam na defensiva porque eu não os estava acusando de coisa alguma. Podiam admitir que estavam errados sabendo que eram amados, contudo. Dava para trabalharmos com "o que você acha que devemos fazer agora", em vez de ficarmos presos a "como foi que a gente veio parar aqui?"

Meus filhos hoje estão crescidos, a maioria já constituiu a própria família.

Um deles veio me ver há alguns meses e disse "Mãe, cometi uma idiotice..." Depois de um abraço, nos sentamos à mesa da cozinha.

Escutei e me limitei a assentir com a cabeça durante quase uma hora enquanto aquela criança maravilhosa passava o seu problema por uma peneira. Quando nos levantamos, recebi um abraço de urso que quase esmagou os meus pulmões.

– Obrigado, mãe. Sabia que você me ajudaria a resolver isto.

É incrível como pareço inteligente quando fecho a boca e abro os braços.

* * *

Histórias para aquecer o coração das mães
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros
Editora Sextante

O corpo sente...





Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico:


 
  • O resfriado escorre quando o corpo não chora.
  • A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
  • O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
  • O diabetes invade quando a solidão dói.
  • O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
  • A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
  • O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
  • A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
  • As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
  • O peito aperta quando o orgulho escraviza
  • O coração enfarta quando chega a ingratidão.
  • A pressão sobe quando o medo aprisiona.
  • As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.
  • A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
 ...
 
"Orai e vigiai", por isso para sanar o que qr que seja no fisico-emocioal-mental, a solução esta no autoconhecimento.
 
Boa jornada!!!
 
Beijom

Não estamos sós


"Quando estamos ajudando os outros,
estamos acordados em um mundo.
Quando estamos ajudando
apenas a nós mesmos,
estamos dormindo em nossos próprios mundos.

Hoje, está na hora de acordar."
Yehuda Berg



Ouça e se inspire :) belíssima...
http://www.youtube.com/watch?v=BSKfcxOdOPA

* * *

Escuta peregrino!

Quem teme perder a própria vida não pode receber os dons da eternidade. Quem teme ser desconsiderado pelos homens não pode, em plenitude, fundir-se na Vida celestial. Mas quem se entrega ao Supremo e nada retém compreende o chamado das estrelas e, percorrendo a estreita trilha da renúncia, chega aos altos cumes, portais da redenção.

Subjuga tua natureza inferior; oferta-te em plena consciência Àquele que te concedeu a Vida e deixa-te mergulhar no centro dessa Fonte inesgotável.

Não queiras nomes, pois aprisionam a mente; não ambiciones posições, ou ficarás atado ao viscoso solo que te ilude com seu brilho fugaz.

Para ti é ainda difícil compreender a Divindade porque ela nada toma para si e, mantendo-se livre de todas as formas e de todos os conceitos, permanece imaculada.

Se tua pequenez se evidencia diante da imensidão das esferas celestiais, compreende a silenciosa mensagem que o fulgor das estrelas procura te transmitir.

Lembra-te, há leveza no voo das pequenas aves. Escuta, peregrino: reconhece nas coisas efêmeras a marca da imortalidade; ao transitares pelo mundo das formas mutantes, deixa-te permear pela realidade imutável.

O véu se dissolverá ante tua entrega, mas primeiro deves reconhecer a Lei. Não há passo que não possa ser dado nem caminho que não possa ser percorrido por quem reverencia o Sagrado.

Aprende das ondas do mar o cumprimento das fases; aprende da sucessão das estações a vivência dos ciclos. Aprende da flor a pureza da entrega e, das abelhas, o serviço grupal. Segue peregrino, as indicações do teu Caminho de Luz.

Ensurdece-te aos chamados do mundo, cala-te aos seus clamores, esquiva-te de atos incorretos, cerra os olhos às visões profanas, renuncia ao gosto do que te ata às ilusões. Ao conduzires os sentidos como um hábil cavaleiro, faz despertar faculdades ocultas, não para teu deleite, mas para redenção e serviço.

Essas faculdades serão as lamparinas que mostrarão o caminho aos que ainda não puderam libertar-se; serão a cálida chama que lhes aquecerá o coração, despertando-os para uma vida fraterna e espiritual. Segue, ardente buscador, faz dos sentidos colaboradores do Senhor, ensina-lhes a adorar o Único.

Lembra-te de que tua vida não mais te pertence, lembra-te de que tu é que pertences ao Infinito.

* * *

Extraído do livro “Não estamos sós” - Trigueirinho
Editora Pensamento (Págs. 27 a 30)
http://www.trigueirinho.org.br/textos

Linguagem do ((( amor )))


Leia e ouça http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22490/

* * *
Coríntios 13 (Bíblia Sagrada)

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

* * *

Munay, Mitakue Oyasin - "Amor, Somos Todos Irmãos"


sexta-feira, 11 de março de 2011

Mensagem de SÃO FRANCISCO DE ASSIS


Calvário do Mestre não se constituía tão somente de secura e aspereza...

...Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos.

E as flores que desabrochavam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.

Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...

Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração...

Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!...

Entretanto, não te detenhas. Caminha!....

É necessário ascender.

Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes.

Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.

Não temos outra diretriz senão a de sempre:

Descer auxiliando para subir com a exaltação do Senhor.

Dar tudo para receber com abundância.

Nada pedir para nosso Eu exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal.

Ser a concórdia para a separação.

Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição..

Ama sempre.

É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, os mendigos dos milênios derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.

Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta.

A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.

O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança.

Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?

É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados.

A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo.

O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido.

A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.

Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humanidade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.

É imprescindível a ascensão.

A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram. Refaz as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.

O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.

O farol no oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.

Avança.... Avancemos...

Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor é o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.

Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.

Não exijamos esclarecimentos.

Procuremos servir.

Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.

Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.

O Evangelho é o nosso Código Eterno.

Jesus é o nosso Mestre Imperecível.

Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...

Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar

Esta Mensagem foi psicografada por Francisco Cândido Xavier dirigida a Pietro Ubaldi, em 17 de agosto de 1951, na residência de Dr. Rômulo Joviano em Pedro Leopoldo, MG, na presença de doze pessoas, ao mesmo tempo em que, sentado à mesma mesa, Pietro Ubaldi recebia mais uma mensagem canalizada de Jesus Cristo.

http://www.universoespirita.org.br/a.org.br/

Bandeiras de Orações

Foto tirada por João Barbosa

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Saíba mais sobre a importância dessa bandeiras, muito utilizada pelos budistas

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OM MANI PADME HUM

quinta-feira, 10 de março de 2011

Cisne Negro


Uma amiga me falou dele e chegou um momento que senti de ir, porém meu coraçao me disse pra ir só. O que foi muito bom voltar pra casa em silêncio, refletindo sobre cada momento presente, consciente da minha respiraçao enquanto um filme sobre minha vida entre luzes e sombras acontecia.

Maravilhoso filme... Recomendo...
* * *

"Nossa natureza boa e amabilidade nao despertarão as respostas para nossas orações, mais provável é que nossos atributos malignos e desonestos nos tragam as chaves mestras para o céu, isto porque, ao identificarmos nosso egocentrismo e nossos defeitos, e trabalharmos para transforma-los, a chave gira e as trancas dos portões se abrem. Bençãos e boa sorte sao liberadas para serem despejadas sobre nós. É como acender uma luz num quarto escuro. Essas forças nos dao o poder de mudar por completo nossas vidas e transformar por completo nosso mundo."
* * *

"Um dos ensinamentos mais avançados da espiritualidade é que a Luz é oculta antes de ser revelada. Isso significa que o vazio é na verdade um sinal de que você está no processo de alcançar a manifestação de algo. Vazios são os cadinhos,os recipientes, para a correção de nossa alma!
Há boas oportunidades em todas as situações.

Sei que não é fácil se abrir e se mostrar vulnerável para os outros, mas se não o fizermos, permaneceremos aprisionados. Se formos honestos conosco (e esse é outro requisito para se libertar), perceberemos que remover a negatividade, o ego e o egoísmo que bloqueia e impede nossa alma de brilhar é um trabalho muito pesado para se realizar sozinho. Precisamos de outra pessoa para nos ajudar a identificar nossas partes sombrias e para encontrar uma rota de escape da nossa prisão pessoal.

Ninguém gosta de expor suas fraquezas. Queremos que as pessoas vejam somente a nossa face mais atraente. Mas se nossa intenção for conquistar a liberdade, manter as aparências é como caminhar voluntariamente para o confinamento solitário.

A única maneira de sair da prisão é pedir a outra pessoa que destranque a porta da cela.

Esta semana, desafio você a se libertar. Procure alguém com quem se abrir – melhor ainda, talvez você conheça alguém que precise fazer o mesmo. É necessário identificar nossos padrões, e geralmente eles encontram-se tão entranhados, que não podemos fazer isso sozinhos. Só se nos estendermos para fora da nossa cela e agarrarmos a mão do lado de fora poderemos ser livres.

Tudo de bom,
Yehuda"

Onde se revela e se esconde o cisne branco e o cisme negro dentro de nós? A grande pergunta para o sentido da vida humana é QUEM SOU EU? E assim navegamos nessa ilusória dualidade até cessar o ciclo desses pares opostos e se unificar, ser com o Supremo.


Abaixo, compartilhando uma análise junguiana do filme, bem interesante!!!




"O Cisne Negro"
28/02/2011

Para quem ainda não assistiu vou logo avisando: NÃO LEIA esse post. Pode estragar surpresas.
Alguns termos estão grifados em vermelho. Esses termos são conceitos da psicologia analítica e são explicados no final do texto. Quem não tem familiaridade com o significado desses conceitos vale a pena ir até o final do post.

Para quem já assistiu, talvez esse post ajude no entendimento de alguns elementos do filme, afinal ele é um thriller psicológico, dirigido por Darren Aronofsky e que se utiliza de elementos da psicologia junguiana para dar corpo ao desenvolvimento da personagem principal, a bailarina Nina.

O Cisne Negro levou um oscar merecido ontem, de melhor atriz, para Natalie Portman. Esses tempos li uma entrevista da atriz em que ela diz que fazer esse papel realmente mexeu com ela.

O filme começa com um sonho de Nina (interpretada por Natalie Portman): ela fazia o papel principal no balé “O Lago dos Cisnes”. O sonho tinha um ar sombrio, e lá aparecia Rothbart, um mago que se apresentava como uma ave negra. Talvez um verdadeiro prenúncio psíquico do processo de transformação (individuação*) que a bailarina viveria. No sonho ela é uma mulher que foi transformada em um cisne, e que só o amor do príncipe poderia quebrar esse feitiço. Mas o príncipe se apaixona pelo cisne negro, e então o cisne branco se mata.

E essa acaba sendo a história do filme. Mas o que eu gostaria de colocar aqui é que a beleza dessa história aparece quando vemos seu desenrolar não como algo concreto e externo, mas sim como um processo psicológico que vai se apresentando através de símbolos.

No mesmo dia em que teve o sonho ela vai a companhia de Ballet. No caminho, muito sutilmente, podemos perceber que ela vê seu reflexo na janela do metrô de uma forma diferente. Nesse momento vemos a projeção de sua sombra* em sua imagem, como se fosse outra pessoa.

Nina demonstra um comportamento infantil, inocente, é muito ligada à mãe (e a seus desejos) e perfeccionista. A mãe é superprotetora, uma ex-dançarina que deixou o sonho de tornar-se uma bailarina famosa quando sua filha Nina nasceu. Por aí já percebemos o quanto a personagem principal vive em função dos desejos da mãe. Ela é a representação da busca pela perfeição.

A personagem tem um andar rígido. Ao chegar no ballet fica sabendo que o diretor Thomas (Vincent Cassel) fará uma versão de “O Lago dos Cisnes” e que procura uma bailarina que seja capaz de representar o cisne branco e o cisne negro. Nessa versão ele almeja uma execução visceral.

Nina é uma bailarina com muita técnica, disciplina, mas com pouca espontaneidade e sensualidade. Thomas sabe que ela seria certa para o papel do cisne branco, mas duvida de sua capacidade para fazer o cisne negro, justamente por sua atitude engessada e infantil.

Depois dos testes, a bailarina vai conversar com o diretor, e esse sempre a provoca, inclusive sexualmente, para que sua aluna desenvolva as características que estão em sua sombra – sensualidade, agressividade, espontaneidade – enfim, o lado visceral que Thomas quer apresentar em sua montagem de “O lago dos cisnes”. Nina nessa conversa é beijada “a força” pelo diretor e o morde nos lábios. E é essa atitude que lhe garante o papel principal. É como se nesse momento Thomas tivesse enxergado em Nina um pouco daquilo que ele buscava.

Os ensaios começam. A personagem é pressionada fisicamente e emocionalmente pelo diretor, por sua mãe superprotetora, pelas colegas com inveja e pela presença de sua rival – uma bailarina excitante e visceral – interpretada por Mila Kunis. Em suas costas a pele vai sendo marcada (provavelmente por ela mesma) no lugar do crescimento de suas “futuras asas”. A pele tem toda uma questão com o contato. É um órgão que expressa nossas angústias e transformações.

A personagem de Mila Kunis é aquilo que Nina não é. É a personificação de sua sombra. E é se aproximando dessa rival durante uma noite que Nina vai experimentando a integração de sua sombra. Ela vai se despojando de suapersona* perfeitinha para ser aquilo que é. Rompe com a mãe, transgride o “politicamente correto”, vive sua sexualidade, e vai se tornando uma mulher. Em uma cena as duas bailarinas transam – no delírio de Nina – e simbolicamente esse seria o momento da consumação da integração com a sombra.

Nessa altura do filme a personagem parece estar perdendo sua capacidade de discernir realidade de fantasia. Concretamente seria como se a bailarina estivesse entrando em um quadro psicótico. Simbolicamente sua transformação está a mil, seus aspectos sombrios lhe trazem força, e seu animus* (representado pelo diretor do Ballet) lhe impulsiona para tornar-se inteira.

Durante a noite de estréia Nina vive entre a realidade e a fantasia. Sua execução é perfeita e ousada, é como se encarnasse nos palcos tanto o cisne negro quanto o cisne branco. Em seu delírio seu corpo vai se transformando, adquirindo asas no lugar de braços, penas, olhos, enfim, ela é o cisne. E no final da apresentação, quando o cisne branco sobe as escadas para se matar vemos um disco dourado ao fundo – símbolo do self* – e ali se expressa o momento mais lindo de todos. A morte do ego, o encontro com o self e a percepção da personagem de que sim, ela foi perfeita. Essa morte quando é vista como algo simbólico se torna algo divino, lindo, o próprio amor que salva… ali seu inconsciente se realizou.

A perfeição não está em desempenhar perfeitamente um papel. A perfeição é ser inteiramente aquilo que se é. Lembrem-se: só podemos crescer para o lado que ainda não fomos. Essa é uma história sobre transcender o meramente humano.

O filme trabalha muito com as cores atribuídas ao processo de individuação também: o preto (nigredo) que simboliza o estado de confusão, o branco (albedo) que representa um estado de maior clareza da psique e o vermelho (rubedo) que aparece na cena final, com o sangue da bailarina, que representa o estado de iluminação e realização da psique.

Termos:
* individuação: processo de desenvolvimento psíquico, que diz respeito à integração do consciente com o inconsciente. É quase como se fosse um caminho para a iluminação.

* sombra: personificação de aspectos do psiquismo que são rejeitados pelo indivíduo. É aquilo que somos e que não combina com a persona.

* persona: é a forma como nos apresentamos ao mundo. Podemos dizer que é um personagem, mas nem sempre temos a consciência de que somos mais do que papéis.

* animus: personificação masculina na mulher, faz a ponte entre o ego e o self.

* self: centro organizador da psique, representa a totalidade e a unidade do ser.


Em grande parte dos mitos e das culturas espalhadas por todo o mundo, o cisne branco é um animal associado à pureza e à luz, enquanto que o cisne negro se associa ao oculto e ao misterioso. O cisne é ainda um animal que simboliza a fidelidade, a origem da vida e dos seres humanos, alternando entre o elemento feminino fecundado ou o elemento masculino fecundador.

A simbologia do cisne branco enquanto ser de luz e pureza pode ter duas manifestações, uma solar e masculina e outra lunar e feminina. Quando assume as duas facetas, a solar e a lunar, torna-se num ser mágico e misterioso. O cisne é em muitas tradições o símbolo da mulher e da virgem dos céus que em contacto com a terra e com a água dá origem aos seres humanos. Uma antiga lenda conta que um caçador encontrou um dia três mulheres muito belas que se banhavam num lago e que não eram mais do que cisnes despidos das suas penugens. Ao esconder uma dessas coberturas, o caçador impediu que uma das mulheres pudesse voar e casou-se com ela. A mulher-cisne deu-lhe muitos filhos e filhas antes de recuperar a sua plumagem e partir ao encontro dos outros cisnes.

Em outras tradições, como na Sibéria, o cisne é masculino e fecundador e por isso saudado com orações pelas mulheres que os avistam no princípio da primavera. Na antiga Grécia, o cisne macho era o acompanhante permanente de Apolo, o deus da beleza, da música e da poesia, cujo carro celeste era puxado por cisnes. No mito de Leda, o cisne tem também uma simbologia masculina já que Zeus se transforma em cisne para perseguir Leda, que lhe foge transformada em ganso, simbolicamente semelhante ao cisne fêmea.

No Oriente, o cisne é símbolo da música e da poesia, para além de representar a coragem, a nobreza, a prudência e a elegância. Na Índia, o cisne é montado pelo deus Brama, e simboliza a elevação espiritual. Na tradição celta, os espíritos do outro mundo regressam ao mundo dos vivos sob a forma de cisne. São os cisnes também os responsáveis por trazer as crianças ao mundo em muitas tradições. Os cisnes, enquanto casal, são um símbolo de fidelidade eterna, já que se unem para toda a vida e nunca substituem o companheiro morto. O canto dos cisnes é associado às juras de amor eterno e imortal.


"...Um vasto conjunto de mitos, de tradições e de poemas celebra o cisne, ave imaculada, cuja brancura, cujo poder e cuja graça fazem uma viva epifania da luz. Há, todavia, duas alvuras, duas luzes: a do dia, solar e máscula; a da noite, lunar e feminina. Segundo o cisne encarne uma ou outra, seu símbolo inflete num sentido diferente. Se ele não se fragmenta e se quer assumir a síntese das duas, como é, por vezes, o caso, torna-se andrógino e, além disso, carregado de mistério sagrado. Finalmente, assim como existe um sol, e um cavalo negros, existe um cisne negro, não dessacralizado, mas carregado de um simbolismo oculto e invertido."

Chevalier e Gheerbrant são os consultores para tarólogos no delicioso Dicionário de Símbolos. Ali é que encontrei as primeiras referências para começar a analisar CISNE NEGRO, o filme do momento. Li por aí que é um ritual mágico poderoso a ponto de livrar o espectador de todas as teorias furadas que levam a uma reflexão pessoal intensa. E válida, que é o mais importante. E é. Dá medo. Inspira o reconhecimento do inimigo interno, se querem bem saber.

Já assistiu? Prossiga. Não? Pare por aqui, se quiser.

Deslizo as considerações iniciais de uma discussão que ensaio agora.

Três arcanos pontuam, até o momento, o meu palco analógico. Nina confronta-se, é fato. A sombra furtando a cena. Dançam as penugens. Dita-se o DIABO nas instruções do mestre: o estímulo tonificado pela sensualidade. "Lição de casa: masturbe-se um pouco", permita-se o demônio da técnica. Nada tenso; tudo puramente sentido. Dentro. A legião oferta a noite à bailarina. Todo o tempo. A cor do cisne no lago revela a LUA. E é ali, no espelho, que a ferida é dúbia. Quando o confronto é superado, vem a perfeição. O MUNDO é da dançarina. É a dança. Completa. Superar-se, sentir a plenitude do perfeito, exige a morte. Mas seguida da luz dos aplausos.