Recorda desde a divina matriz o real propósito a que vens AQUI e pelo qual AGORA te manifestas!

Enquanto um diz: Namastê, te saúdo e te reconheço como a sagrada divindade. Em outro lugar, o outro pulsa: In lake´sh, eu sou o outro em você a serviço planetário da compreensão, da aceitação, da cura, da libertação e da realização.

Aquele que tudo vê, nos inspira e responde: "Com visão e esperança danço e canto para o coração divino." Acredito que assim nasce o puro, verdadeiro e divino AMOR, nossa responsabilidade básica.

Aqui e agora é tudo que existe de ETERNO. Respiro e sinto o que simplesmente É e dentro dessa Eternidade, a lembrança IMORTAL: SOMOS UM na Divina Presença.

Seja uno com cada ser-elemento manifesto e a gratidão lhe conecta na fonte de amor e alegria infinita, paz e compaixão infinita, paciência e tolerância infinita.

No espelho do ser, o reflexo D´eus. A união do Todo se traduz num som... OM... AMEM... silêncio!

OM TAT SAT OM...


quinta-feira, 10 de março de 2011

Cisne Negro


Uma amiga me falou dele e chegou um momento que senti de ir, porém meu coraçao me disse pra ir só. O que foi muito bom voltar pra casa em silêncio, refletindo sobre cada momento presente, consciente da minha respiraçao enquanto um filme sobre minha vida entre luzes e sombras acontecia.

Maravilhoso filme... Recomendo...
* * *

"Nossa natureza boa e amabilidade nao despertarão as respostas para nossas orações, mais provável é que nossos atributos malignos e desonestos nos tragam as chaves mestras para o céu, isto porque, ao identificarmos nosso egocentrismo e nossos defeitos, e trabalharmos para transforma-los, a chave gira e as trancas dos portões se abrem. Bençãos e boa sorte sao liberadas para serem despejadas sobre nós. É como acender uma luz num quarto escuro. Essas forças nos dao o poder de mudar por completo nossas vidas e transformar por completo nosso mundo."
* * *

"Um dos ensinamentos mais avançados da espiritualidade é que a Luz é oculta antes de ser revelada. Isso significa que o vazio é na verdade um sinal de que você está no processo de alcançar a manifestação de algo. Vazios são os cadinhos,os recipientes, para a correção de nossa alma!
Há boas oportunidades em todas as situações.

Sei que não é fácil se abrir e se mostrar vulnerável para os outros, mas se não o fizermos, permaneceremos aprisionados. Se formos honestos conosco (e esse é outro requisito para se libertar), perceberemos que remover a negatividade, o ego e o egoísmo que bloqueia e impede nossa alma de brilhar é um trabalho muito pesado para se realizar sozinho. Precisamos de outra pessoa para nos ajudar a identificar nossas partes sombrias e para encontrar uma rota de escape da nossa prisão pessoal.

Ninguém gosta de expor suas fraquezas. Queremos que as pessoas vejam somente a nossa face mais atraente. Mas se nossa intenção for conquistar a liberdade, manter as aparências é como caminhar voluntariamente para o confinamento solitário.

A única maneira de sair da prisão é pedir a outra pessoa que destranque a porta da cela.

Esta semana, desafio você a se libertar. Procure alguém com quem se abrir – melhor ainda, talvez você conheça alguém que precise fazer o mesmo. É necessário identificar nossos padrões, e geralmente eles encontram-se tão entranhados, que não podemos fazer isso sozinhos. Só se nos estendermos para fora da nossa cela e agarrarmos a mão do lado de fora poderemos ser livres.

Tudo de bom,
Yehuda"

Onde se revela e se esconde o cisne branco e o cisme negro dentro de nós? A grande pergunta para o sentido da vida humana é QUEM SOU EU? E assim navegamos nessa ilusória dualidade até cessar o ciclo desses pares opostos e se unificar, ser com o Supremo.


Abaixo, compartilhando uma análise junguiana do filme, bem interesante!!!




"O Cisne Negro"
28/02/2011

Para quem ainda não assistiu vou logo avisando: NÃO LEIA esse post. Pode estragar surpresas.
Alguns termos estão grifados em vermelho. Esses termos são conceitos da psicologia analítica e são explicados no final do texto. Quem não tem familiaridade com o significado desses conceitos vale a pena ir até o final do post.

Para quem já assistiu, talvez esse post ajude no entendimento de alguns elementos do filme, afinal ele é um thriller psicológico, dirigido por Darren Aronofsky e que se utiliza de elementos da psicologia junguiana para dar corpo ao desenvolvimento da personagem principal, a bailarina Nina.

O Cisne Negro levou um oscar merecido ontem, de melhor atriz, para Natalie Portman. Esses tempos li uma entrevista da atriz em que ela diz que fazer esse papel realmente mexeu com ela.

O filme começa com um sonho de Nina (interpretada por Natalie Portman): ela fazia o papel principal no balé “O Lago dos Cisnes”. O sonho tinha um ar sombrio, e lá aparecia Rothbart, um mago que se apresentava como uma ave negra. Talvez um verdadeiro prenúncio psíquico do processo de transformação (individuação*) que a bailarina viveria. No sonho ela é uma mulher que foi transformada em um cisne, e que só o amor do príncipe poderia quebrar esse feitiço. Mas o príncipe se apaixona pelo cisne negro, e então o cisne branco se mata.

E essa acaba sendo a história do filme. Mas o que eu gostaria de colocar aqui é que a beleza dessa história aparece quando vemos seu desenrolar não como algo concreto e externo, mas sim como um processo psicológico que vai se apresentando através de símbolos.

No mesmo dia em que teve o sonho ela vai a companhia de Ballet. No caminho, muito sutilmente, podemos perceber que ela vê seu reflexo na janela do metrô de uma forma diferente. Nesse momento vemos a projeção de sua sombra* em sua imagem, como se fosse outra pessoa.

Nina demonstra um comportamento infantil, inocente, é muito ligada à mãe (e a seus desejos) e perfeccionista. A mãe é superprotetora, uma ex-dançarina que deixou o sonho de tornar-se uma bailarina famosa quando sua filha Nina nasceu. Por aí já percebemos o quanto a personagem principal vive em função dos desejos da mãe. Ela é a representação da busca pela perfeição.

A personagem tem um andar rígido. Ao chegar no ballet fica sabendo que o diretor Thomas (Vincent Cassel) fará uma versão de “O Lago dos Cisnes” e que procura uma bailarina que seja capaz de representar o cisne branco e o cisne negro. Nessa versão ele almeja uma execução visceral.

Nina é uma bailarina com muita técnica, disciplina, mas com pouca espontaneidade e sensualidade. Thomas sabe que ela seria certa para o papel do cisne branco, mas duvida de sua capacidade para fazer o cisne negro, justamente por sua atitude engessada e infantil.

Depois dos testes, a bailarina vai conversar com o diretor, e esse sempre a provoca, inclusive sexualmente, para que sua aluna desenvolva as características que estão em sua sombra – sensualidade, agressividade, espontaneidade – enfim, o lado visceral que Thomas quer apresentar em sua montagem de “O lago dos cisnes”. Nina nessa conversa é beijada “a força” pelo diretor e o morde nos lábios. E é essa atitude que lhe garante o papel principal. É como se nesse momento Thomas tivesse enxergado em Nina um pouco daquilo que ele buscava.

Os ensaios começam. A personagem é pressionada fisicamente e emocionalmente pelo diretor, por sua mãe superprotetora, pelas colegas com inveja e pela presença de sua rival – uma bailarina excitante e visceral – interpretada por Mila Kunis. Em suas costas a pele vai sendo marcada (provavelmente por ela mesma) no lugar do crescimento de suas “futuras asas”. A pele tem toda uma questão com o contato. É um órgão que expressa nossas angústias e transformações.

A personagem de Mila Kunis é aquilo que Nina não é. É a personificação de sua sombra. E é se aproximando dessa rival durante uma noite que Nina vai experimentando a integração de sua sombra. Ela vai se despojando de suapersona* perfeitinha para ser aquilo que é. Rompe com a mãe, transgride o “politicamente correto”, vive sua sexualidade, e vai se tornando uma mulher. Em uma cena as duas bailarinas transam – no delírio de Nina – e simbolicamente esse seria o momento da consumação da integração com a sombra.

Nessa altura do filme a personagem parece estar perdendo sua capacidade de discernir realidade de fantasia. Concretamente seria como se a bailarina estivesse entrando em um quadro psicótico. Simbolicamente sua transformação está a mil, seus aspectos sombrios lhe trazem força, e seu animus* (representado pelo diretor do Ballet) lhe impulsiona para tornar-se inteira.

Durante a noite de estréia Nina vive entre a realidade e a fantasia. Sua execução é perfeita e ousada, é como se encarnasse nos palcos tanto o cisne negro quanto o cisne branco. Em seu delírio seu corpo vai se transformando, adquirindo asas no lugar de braços, penas, olhos, enfim, ela é o cisne. E no final da apresentação, quando o cisne branco sobe as escadas para se matar vemos um disco dourado ao fundo – símbolo do self* – e ali se expressa o momento mais lindo de todos. A morte do ego, o encontro com o self e a percepção da personagem de que sim, ela foi perfeita. Essa morte quando é vista como algo simbólico se torna algo divino, lindo, o próprio amor que salva… ali seu inconsciente se realizou.

A perfeição não está em desempenhar perfeitamente um papel. A perfeição é ser inteiramente aquilo que se é. Lembrem-se: só podemos crescer para o lado que ainda não fomos. Essa é uma história sobre transcender o meramente humano.

O filme trabalha muito com as cores atribuídas ao processo de individuação também: o preto (nigredo) que simboliza o estado de confusão, o branco (albedo) que representa um estado de maior clareza da psique e o vermelho (rubedo) que aparece na cena final, com o sangue da bailarina, que representa o estado de iluminação e realização da psique.

Termos:
* individuação: processo de desenvolvimento psíquico, que diz respeito à integração do consciente com o inconsciente. É quase como se fosse um caminho para a iluminação.

* sombra: personificação de aspectos do psiquismo que são rejeitados pelo indivíduo. É aquilo que somos e que não combina com a persona.

* persona: é a forma como nos apresentamos ao mundo. Podemos dizer que é um personagem, mas nem sempre temos a consciência de que somos mais do que papéis.

* animus: personificação masculina na mulher, faz a ponte entre o ego e o self.

* self: centro organizador da psique, representa a totalidade e a unidade do ser.


Em grande parte dos mitos e das culturas espalhadas por todo o mundo, o cisne branco é um animal associado à pureza e à luz, enquanto que o cisne negro se associa ao oculto e ao misterioso. O cisne é ainda um animal que simboliza a fidelidade, a origem da vida e dos seres humanos, alternando entre o elemento feminino fecundado ou o elemento masculino fecundador.

A simbologia do cisne branco enquanto ser de luz e pureza pode ter duas manifestações, uma solar e masculina e outra lunar e feminina. Quando assume as duas facetas, a solar e a lunar, torna-se num ser mágico e misterioso. O cisne é em muitas tradições o símbolo da mulher e da virgem dos céus que em contacto com a terra e com a água dá origem aos seres humanos. Uma antiga lenda conta que um caçador encontrou um dia três mulheres muito belas que se banhavam num lago e que não eram mais do que cisnes despidos das suas penugens. Ao esconder uma dessas coberturas, o caçador impediu que uma das mulheres pudesse voar e casou-se com ela. A mulher-cisne deu-lhe muitos filhos e filhas antes de recuperar a sua plumagem e partir ao encontro dos outros cisnes.

Em outras tradições, como na Sibéria, o cisne é masculino e fecundador e por isso saudado com orações pelas mulheres que os avistam no princípio da primavera. Na antiga Grécia, o cisne macho era o acompanhante permanente de Apolo, o deus da beleza, da música e da poesia, cujo carro celeste era puxado por cisnes. No mito de Leda, o cisne tem também uma simbologia masculina já que Zeus se transforma em cisne para perseguir Leda, que lhe foge transformada em ganso, simbolicamente semelhante ao cisne fêmea.

No Oriente, o cisne é símbolo da música e da poesia, para além de representar a coragem, a nobreza, a prudência e a elegância. Na Índia, o cisne é montado pelo deus Brama, e simboliza a elevação espiritual. Na tradição celta, os espíritos do outro mundo regressam ao mundo dos vivos sob a forma de cisne. São os cisnes também os responsáveis por trazer as crianças ao mundo em muitas tradições. Os cisnes, enquanto casal, são um símbolo de fidelidade eterna, já que se unem para toda a vida e nunca substituem o companheiro morto. O canto dos cisnes é associado às juras de amor eterno e imortal.


"...Um vasto conjunto de mitos, de tradições e de poemas celebra o cisne, ave imaculada, cuja brancura, cujo poder e cuja graça fazem uma viva epifania da luz. Há, todavia, duas alvuras, duas luzes: a do dia, solar e máscula; a da noite, lunar e feminina. Segundo o cisne encarne uma ou outra, seu símbolo inflete num sentido diferente. Se ele não se fragmenta e se quer assumir a síntese das duas, como é, por vezes, o caso, torna-se andrógino e, além disso, carregado de mistério sagrado. Finalmente, assim como existe um sol, e um cavalo negros, existe um cisne negro, não dessacralizado, mas carregado de um simbolismo oculto e invertido."

Chevalier e Gheerbrant são os consultores para tarólogos no delicioso Dicionário de Símbolos. Ali é que encontrei as primeiras referências para começar a analisar CISNE NEGRO, o filme do momento. Li por aí que é um ritual mágico poderoso a ponto de livrar o espectador de todas as teorias furadas que levam a uma reflexão pessoal intensa. E válida, que é o mais importante. E é. Dá medo. Inspira o reconhecimento do inimigo interno, se querem bem saber.

Já assistiu? Prossiga. Não? Pare por aqui, se quiser.

Deslizo as considerações iniciais de uma discussão que ensaio agora.

Três arcanos pontuam, até o momento, o meu palco analógico. Nina confronta-se, é fato. A sombra furtando a cena. Dançam as penugens. Dita-se o DIABO nas instruções do mestre: o estímulo tonificado pela sensualidade. "Lição de casa: masturbe-se um pouco", permita-se o demônio da técnica. Nada tenso; tudo puramente sentido. Dentro. A legião oferta a noite à bailarina. Todo o tempo. A cor do cisne no lago revela a LUA. E é ali, no espelho, que a ferida é dúbia. Quando o confronto é superado, vem a perfeição. O MUNDO é da dançarina. É a dança. Completa. Superar-se, sentir a plenitude do perfeito, exige a morte. Mas seguida da luz dos aplausos.

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