Recorda desde a divina matriz o real propósito a que vens AQUI e pelo qual AGORA te manifestas!

Enquanto um diz: Namastê, te saúdo e te reconheço como a sagrada divindade. Em outro lugar, o outro pulsa: In lake´sh, eu sou o outro em você a serviço planetário da compreensão, da aceitação, da cura, da libertação e da realização.

Aquele que tudo vê, nos inspira e responde: "Com visão e esperança danço e canto para o coração divino." Acredito que assim nasce o puro, verdadeiro e divino AMOR, nossa responsabilidade básica.

Aqui e agora é tudo que existe de ETERNO. Respiro e sinto o que simplesmente É e dentro dessa Eternidade, a lembrança IMORTAL: SOMOS UM na Divina Presença.

Seja uno com cada ser-elemento manifesto e a gratidão lhe conecta na fonte de amor e alegria infinita, paz e compaixão infinita, paciência e tolerância infinita.

No espelho do ser, o reflexo D´eus. A união do Todo se traduz num som... OM... AMEM... silêncio!

OM TAT SAT OM...


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Yamas e Niyamas, a ética yogi

"Como fazem pouco ruído
os verdadeiros milagres!
Como são simples
os acontecimentos essenciais!"
Saint-Exupéry




O desenvolvimento pessoal através do caminho do yoga se baseia principalmente nos princípios fundamentais conhecidos aqui como yama e niyama, preliminares a qualquer prática. Somente estudando-os e colocando-os em prática, o yogin ou a yoginí aprende a enfrentar suas falhas e desenvolver vontade firme para superá-las, rumo à evolução espiritual.

Segundo Tara Michael: “Os yamas são os refreamentos. Deriva da raiz yam que significa refrear, domar, ter sob controle. Referem-se ao domínio dos impulsos naturais, inerentes a todos os seres vivos, comuns ao homem e ao animal”.

“Os niyamas são as observâncias. De forma mais positiva e construtiva que o anterior, visam a organização da vida interior. É preciso reestruturar a personalidade profunda por meio destas 5 observâncias que devem ser praticadas regularmente, dia após dia”.

“Ainda temos ásana, pranáyámá e pratyáhára compondo os 5 membros externos junto com os dois descritos anteriormente. Já dhárana, dhyána e samádhi compõem os 3 membros internos”.

Yamas - São as 5 normas éticas do praticante, para um convívio harmônico em sociedade.
• Ahimsá - não violência;
• Satya - não mentir;
• Asteya - não roubar;
• Aparigraha - não cobiçar;
• Brahmacharya - não extrapolar os limites, não dissipar a energia da sexualidade.

Pela experiência no mundo material vemos que a violência, a mentira, o roubo, a cobiça e a dissipação energética, cujas raízes estão na ganância e nos desejos exacerbados, apenas nos conduzem à dor e à ignorância.

Quando o yogin elimina toda a violência do seu pensamento e ação, cessa a inimizade e nasce o impulso de unificação e transcendência do ego. Com o cultivo da verdade, a honestidade passa a brilhar. Apropriar-se do que não lhe pertence, é também uma violência. Com o cultivo da temperança se adquire mais energia. Ao controlar os desejos, a vida se torna mais simples e feliz. A simplicidade auxilia na virtude do desapego e da renúncia, aspecto essencial do estilo de vida yogi.

* * *

AHIMSA - não violência: É a não agressão, quer seja em forma de violência física, verbal ou mental, seja ela externa ou interna. Tudo que existe na natureza deve ser considerado parte do amor Divino.

"Só há uma religião – a religião do amor; da paz.
Só há uma mensagem, a mensagem de Ahimsa.
Ahimsa é a obrigação suprema do homem".

Swami Sivananda

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SATYA - veracidade: a veracidade em sua mais alta concepção. É o controle da palavra.
"A palavra é metade de quem a pronuncia e metade de quem a escuta. "
Montaigne

"Se você é verdadeiro consigo mesmo, e seus pensamentos e ações são coerentes entre si, então o orgulho e o egoísmo jamais tomarão conta de você em suas práticas espirituais ou no serviço a Deus. "
Swami Shivananda

"Sempre que a verdade, a pureza e a abnegação estiverem presentes, não haverá poder, acima ou abaixo do sol, capaz de prejudicar quem as possua. O indivíduo dotado desses atributos tem força para enfrentar o universo inteiro."Swami Vivekananda

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ASTEYA - não roubar: Pressupõe não apenas não tirar do outro, como não desejar o que não lhe pertence. É também não usar abusando do tempo além do permitido ou para fins indevidos. O yogi deve reduzir suas necessidades ao mínimo. Da mesma forma, asteya se refere a observar os “atalhos” escolhidos.

"Todos os poderes do universo já nos pertencem. Somos nós que colocamos as mãos sobre os olhos e reclamamos da escuridão. Saiba que a escuridão não existe à nossa volta. Retire as mãos dos olhos e perceberá que, desde o começo, a luz sempre esteve ali. Jamais existiu escuridão. Jamais existiu fraqueza. "
Swami Vivekananda

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo... e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" Fernando Pessoa
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APARIGRAHA - não possessividade: È o desapego e a renúncia. Não colecionar, ter apenas aquilo de que necessita e aquilo que trabalhou para conquistar, desfrutando apenas dos frutos de seu esforço pessoal. O praticante adota a conduta da simplicidade voluntária, tornando a vida equilibrada e confiante.

"Tudo flui e nada permanece. A mesma pessoa não mergulha no mesmo rio duas vezes, porque muda o rio e muda a pessoa. "
Heráclito

"As nuvens podem esconder as estrelas; mas as nuvens passam e as estrelas ficam."
Luc de Clapiers
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BRAHMACHARYA - castidade: É saber usar suas forças sabiamente sem deturpá-las, desenvolvendo muita vitalidade, sem desperdiçar energia de forma profana. É saber aplicar as forças físicas, intelectuais e emocionais para o crescimento da sua vida espiritual. Contenção dos impulsos primários, traduzido freqüentemente como celibato, não precisa necessariamente ser monge para praticar. É útil a solteiros e casados, com ou sem família. Recomenda a continência da mente, da palavra e do corpo, bem como todos os excessos.

"Tudo vem para quem age enquanto espera. "
Thomas Edison

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O segundo passo do caminho óctuplo de Patañjali continua a controlar a energia psicofísica liberada pela prática regular da disciplina moral. Representa um esforço pessoal do yogin que faz o possível para compreender e transcender a personalidade egóica.

Niyamas - são normas éticas do praticante para consigo mesmo e para com a Realidade transcendente.
• Sauchan - pureza;
• Santosha - contentamento, alegria;
• Tapas - austeridade, disciplina, ascese, auto-superação;
• Swádhyáya - estudo e auto-estudo;
• Íshwara Pranidhána - auto-entrega ou entrega ao Absoluto.

SAUCHAN - pureza: Pureza não se restringe à limpeza corporal. Para alcançar sauchan, o yogin deve excluir hábitos grosseiros, que embrutecem seu corpo. O verdadeiro contentamento reside num estado de calma interna e paz mental, é uma expressão de renúncia e sacrifício voluntário.

“A limpeza é irmã da santidade”
John Wesley

"Os únicos demônios neste mundo são aqueles que correm dentro do seu coração, e ali é onde todas as batalhas devem ser travadas."

Mahatma Gandhi

"É impossível ir em direção à nossa luz sem que, ao mesmo tempo, tenhamos que enfrentar a sombra que nos habita. "

Graf Dürckheim

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SANTOSHA - contentamento: É cultivar um estado de contentamento. Estar feliz com o que se tem e principalmente com o que se é. Alegrar-se com as coisas mais simples, independente dos fatores externos. É contemplar o divino que habita em todos os seres e formas da natureza, por esta dádiva realizar-se, por se perceber parte atuante e integrante de toda a magnitude universal.

"A vida se revela ao mundo como uma alegria. Há alegria no jogo eternamente variado de seus matizes, na música de suas vozes na dança de seus movimentos. A morte não pode ser verdade enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano. "
Tagore
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TAPAS - austeridade: A austeridade diz respeito à autodisciplina. É saber suportar as dificuldades e ter domínio sobre as circunstâncias. A palavra tapas significa produzir calor ou tornar-se ardente. Refere-se à grande energia produzida pela prática da ascese, necessária para despertar a consciência superior. Seu fruto é a perfeição do corpo, o qual se torna tão forte e robusto como um diamante.

"Autodisciplina não é torturar a si próprio; é a maneira de organizar as forças desgovernadas da mente e concentrá-las nos hábitos de viver específicos que nos podem proporcionar a verdadeira felicidade. "
Paramahansa Yogananda

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SWÁDHYAYÁYA - auto-estudo: A palavra swádhyáya é composta de swa (seu próprio) e adhyáya (entrar em), denotando o ato de penetrar no sentido oculto das escrituras sagradas e em si mesmo. O estudo consiste no conhecimento das ciências relacionadas ao processo de liberação e ao auto-estudo como observância constante de suas atitudes e pensamentos, e não somente à compreensão intelectual. Alguns comentadores do Yoga Sútra afirmam que significa também a recitação meditativa dos textos sagrados (japa), deixando-se absorver pela sabedoria antiga.

"O desejo de fazer o bem é a melhor força motivadora que possuímos, isso se tivermos sempre em mente que servir os outros é um privilégio. "
Swami Vivekananda

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ÍSHWARA PRANIDHANA - entrega ao Supremo: A definição indica o sentido mais total desse último niyama: Íshwara = Senhor; nidhána = toda ação; pra = diante. Isto é, depositar toda a ação diante do Senhor. A auto-entrega, não consiste numa atitude de abandono, nem numa resignação piedosa, mas na oferenda verdadeira das ações e seus resultados. A devoção ao Senhor é o coração que se abre para o Ser transcendente. Entenda-se que neste contexto, Íshwara representa um dos Si Mesmos superiores (purusha), o qual, embora contendo múltiplos são fundidos entre si.

"Fé é acreditar no que não vemos, e a recompensa dessa fé é vermos aquilo em que acreditamos."
Santo Agostinho

"Existe alguém cujo nome é Amor infinito. Essa é a única definição possível de Deus. Não faça caso nem mesmo se o universo for destruído. O que mais nos importa, se Ele é o amor infinito?"

Swami Vivekananda

"Saber rezar é saber amar. "

Samuel Taylor Coleridge

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